Eu tive um pesadelo


Antes que você comece a leitura deste post explico que esta história é fictícia e que os personagens que nela aparecem, embora existam na vida real, não são aqui demonstrados como tal. Não passam de meras suposições.

Martin Luther King , certa feita, iniciou um de seus famosos discursos com a frase: I have a dream! Em português, isto significa: Eu tenho um sonho!. Em seguida ele falou sobre o sonho que tinha que era uma reflexão sobre a questão racial americana de então a qual, diga-se de passagem, mudou bastante depois de seu assassinato.
No meu caso vou usar o mesmo bordão de King trocando o substantivo e o tempo do verbo da frase porque eu não tenho um sonho e sim tive um enorme pesadelo. Em inglês eu diria:- I had a huge nightmare!
No meu pesadelo eu tinha 22 anos e já fazia algum tempo que era programador de computadores. Isto é verdade porque, com 22 anos eu era mesmo um programador e isto então fazia o "sonho" ter sentido.
O sonho começou, se bem me lembro, comigo na minha escrivaninha pensando na solução de um problema. Toca o telefone, atendo, era o meu chefe pedindo para eu ir até a sala dele. Fui. Chegando lá. sem rodeios, ele disse:

- Cara, o Lula quer falar com você.
- O Presidente? Comigo? O que foi eu fiz?
- Olha, eu não sei - disse o chefe - Quem ligou foi conciso e me instruiu para que dissesse a você para pegar o primeiro avião para Brasilia, que vai ter alguém te esperando no aeroporto.
- Ok - eu disse - vou até em casa pegar alguma coisa e ir para o aeroporto.
- Não - disse o chefe - Ligaram novamente em seguida e disseram que já mandaram um carro para te levar ao aeroporto e o avião já está lá a tua espera. Porra, cara, você vai de "aerolula" até Brasília. Você está ficando importante.
Na realidade eu estava apavorado. Eu me perguntava: Será que o Lula está lendo as coisas que coloco aqui no blog? Se for isso, tô fudido. Depois pensava que não deveria ser isto porque todos sabem que o homem não é muito chegado a leitura. Mas, logo eu voltava a pensar: E se alguém leu e contou para ele. Na minha cabeça vinha a imagem da Dilma falando com o chefe sobre mim. Esta imagem, no entanto, também eu logo afastava porque afinal de contas, a ministra também não é chegada em coisas escritas e, mesmo que fosse, não iria ler o que escrevo. Ela é pessoa ocupada porque é Chefe da Casa Civil, Conselheira Econômicas da Petrobrás, tem status de Ministro e é candidata a Presidente enfim, tem mais de um emprego, é ocupada e muito.
Como os sonhos não tem necessidade de serem lógicos, em seguida, me vi sentado na frente do presidente. Sequer pude sentir a viagem. Não explorei o "aerolula" por dentro, não falei com os pilotos, nada, nadinha. Viajei quase 2000 quilômetros num segundo. Que raiva, pensei. Perdi a oportunidade de conhecer o "aerolula", tirar uma fotos, sei lá.
- Como vai, tudo bem? - disse o presidente - toma uma cachaça?
- Não obrigado - eu disse - já deixei este hábito. As coisas se confundiam porque aos 22, eu gostava de uma cachacinha. Agora é que não bebo.
- Um uisque, então - disse ele.
- Obrigado, dispenso - disse eu. De novo me veio o sentimento de confusão porque a época em que eu estava no meu sonho, mais de 40 anos atrás, era quando eu bebia bem e, sendo assim, eu teria aceitado a oferta. O pior é que sempre gostei muito de uisque e, como devia ser um uisque de muita qualidade, senti raiva de mim mesmo por ter recusado, afinal de contas, hoje não posso mais beber uisque porque sou hipertenso mas naquela época não e, eu estava naquela época. Vai entender o que os sonhos fazem com a gente.
Quase acordei. Isto é muito comum porque tem momentos em sonhos, que o teu subconsciente pede socorro ao consciente, geralmente quando existem pensamentos ou deduções conflitantes ou sentidos que possam gerar vazios emocionais então, para proteger a nossa razão o consciente nos desperta e o sonho se vai.
Não sou psicólogo nem psiquiatra e não sei onde li isto. Acho que em lugar algum afinal, estou dormindo cara, estou sonhando e você não precisa acreditar no que escrevo, é apenas um sonho ou melhor, é um bruto pesadelo. Continue a leitura.
Volto ao sonho. Olho para o Lula e ele está sorrindo para mim. Sorrio para ele também. Ele diz:
- Companhero, eu preciso de você.
Putz, pensei, o que o cara quer comigo? Por essa de "preciso de você" eu não esperava. Me deu um alívio. Já me senti fora do calabouço e o sonho de ser um novo Conde de Monte Cristo iria ter que esperar.
- Sim presidente - disse eu - estou às suas ordens. De que forma poderei ajudá-lo?
Calma , calma, pensei. Vai devagar com o português, lembre-se onde você está. O cara não vai te entender, vai ficar difícil. faça como a Dilma, concorde com tudo e coloque um "né" ao final de cada frase. Você está em Brasilia, animal. Agora aqui é assim. É de bom tom falar sem "L" e sem "R" no final das palavras. Tem que se enquadrar. Não pode ser diferente dos outros.
Quando vi que o presidente não tinha entendido o que eu havia dito, eu disse:
- O que o senhor qué de mim? - Vi no seu rosto um ar de felicidade e senti que dava para prosseguir.
- O que quero é o seguinte - disse ele. Tô ca impressão que a Dilma vai perdê a eleição e daí tô fudido. Nóis não pode saí do governo agora porque as coisas não estão ainda pronta. Co pobrema do mensalão tive que afastar o Zé e o Genoino senão nois tudo ia pro saco. Dai as coisa ficaram mais dificil e não deu prá acabar a tempo prá cumprí o nosso plano. Por causa disso, não tive otro jeito senão botá a Dilma na parada. Ela é meio porra loca mas não tinha otro cara prá colocá.
Pensei comigo: E o Suplicy não dava? É gente séria. Guardei para mim, parece que o Supla tá em desgraça, sei lá porque. Deve ser coisa de comuna. Hoje o companheiro está bem mas, de repente e sem mais nem menos, não está mais, cai em desgraça.
Também não consegui pensar em mais ninguém e, honestamente, fiquei com pena do presidente. Sei que é difícil depender de mão de obra qualificada e não dispô-la. Que dirá achar alguém que possa ser presidente desse brasilsão, com os politicos que temos.
- O que posso fazê pro senhor? - disse eu. De novo senti que agora estávamos à vontade. Ele disse:
- Você viu as urtimas pesquisa? Eu não havia visto e então disse isto à ele.
- o Serra virou o jogo. Agora ele tá com 58 e a Dilma tá com 19. Prá baixo da Marina que está com 23. É uma merda, o careca do caralho vai ganhá no primeiro turno.
Eu olhei para ele e fiquei numa felicidade enorme. Me deu vontade de acordar e correr para o meu computador para ver os números das pesquisas. Deixei rolar e passei a saborear a informação. Eu não sei se ele percebeu o meu entusiamo mas, se percebeu, disfarçou muito bem. Olhando para mim ele perguntou:
- Me disseram que foi você que fez o programa das máquina de votação, é verdade?
Eu quase cai da cadeira. Por essa eu não esperava. O que será que ele vai querer que eu faça? Se ele oferecer dinheiro para eu fazer algo ilegal eu topo porque estou numa merda do caralho. O que ganho mal dá para pagar os impostos. Para comer tenho que fazer alguns bicos. Ops, que é isto? Estou na merda agora mas com 22 anos eu estava tranquilo então, se ele me oferecer dinheiro para fazer algo que eu não queira fazer, mando ele prá "pqp" e "que se foda". Sei lá, se consigo, pensei, o melhor por ora então é ouvi-lo.
- Me diga, companhero - disse ele - quando o eleitor vota naquelas máquina fica algum registro dentro dela que diga em quem ele votô?
- Não presidente - disse eu - de acordo como o eleitor usa as teclas, os votos são computados para um ou para outro candidato por um programa que controla o acionamento das teclas de maneira lógica, sempre da mesma forma. Lá vou de novo, pensei. Pare cara!- O homem não vai te entender.
- Me diga - disse o presidente - mas então fica registrado quem votô em quem.
- Não - disse eu mais aliviado pelo fato dele ter me entendido, em tese - isto não fica registrado porque, como eu disse, a máquina apenas computa os votos de acordo como o eleitor acionou as teclas e nada mais. Do eleitor ele apenas mantém um registro que diz que a pessoa veio para votar mas não registra em qual candidato ela votou. Veja bem, presidente - disse eu - se a máquina registrasse a infomação que dissesse em qual candidato o eleitor votou, seria um ato inconstitucional porque todos sabemos, e o senhor sabe também, o voto é secreto e não pode ser divulgado sob pena até de prisão, dependendo de como a divulgação ocorrer.
- Sim, mas estaria só na máquina e, como ninguém pode pegá, taria seguro.
- Não é verdade - disse eu - durante o processo de computação dos votos várias pessoas têm acesso aos dados da máquina e, se esta informação estivesse lá, poderia vazar e daí tudo cairia em descrédito.
- Mas, me diga, e se o programa somasse errado os votos, como é que ia ficar?
- Quando aprontamos a máquina fizemos um sem número de testes...
- Sem número?
- Desculpe, presidente, eu quis dizer que foram feitos vários testes, milhares, para checar se o programa funcionava direito e funcionou.
- Tá bão. Mas, vamo dizê que, por acaso, o programa começasse a funcioná errado e, por exemplo, a cada 5 votos ele somasse 3 votos prá Dilma e dois pro o Serra. Tinha como sabê isso?
Eu entendi onde ele queria chegar e, realmente, numa situação destas não se teria como descobrir que poderia haver erro. A única maneira de checar isto seria convocar todos os eleitores de uma determinada urna e perguntar à eles em quem eles votaram. Isto feito, se faria a apuração e se confrontaria com os resultados da apuração eletrônica para ver se havia divergência. Os problemas neste caso são que o governo, que seria o responsável pr esta apuração oral, não pode por lei obrigar que os eleitores revelem o seu voto mas, mesmo que pudesse, quem garante que o eleitor iria dizer a verdade?
Seria o caos eleitoral.
No sonho lembro que, quando estávamos desenvolvendo o sistema de votação, algumas pessoas queriam que o sistema emitisse uma espécie de recibo, como os bancos fazem com os depositos. Este comprovante seria emitido dentro da cabine de votação e teria o os dados detalhados sobre o voto do eleitor. Apenas o eleitor teria acesso a este documento para examinar se a sua votação estava certa. Em seguida ele teria que guardar o documento por cinco anos para uma possivel conferencia futura caso houvesse desconfiança de fraude.
Eu fui à favor da emissão do comprovante embora fosse um processo mais caro mas, mais seguro todavia, os "democráticos xiitas", se é que alguém pode ser isso, foram contra e, além disso, mais fortes que o grupo do qual eu fazia parte. A coisa não passou.
Olhei fundo nos olhos do presidente e disse:
- Não, presidente, pela programação atual da máquina, se ocorresse este erro, seria praticamente impossivel determinar que ele havia acontecido, por mais estapafurdio que o resultado fosse.
- Estapa, o que?
- Estapafurdio. Eu quis dizer, resultado diferente, inesperado. Seria o caso, por exemplo nesta eleição, da Marina vir a ser eleita.
- É, se isto acontecê, a maquina taria somando errado, tava lôca. É isso que você quer dizer?
- Sim, bem isso.
O presidente parou um pouco. Passou as mãos pelos cabelos, pegou um enorme charuto que estava sobre a escrivaninha e o acendeu. Procurei meu cigarro para acompanhar, não achei. Não fumo mais, lembrei. Espera aí, naquela época eu fumava, quero fumar, estou naquela época. Calma, porra, é apenas um sonho. E o pesadêlo, onde está?
- Companhero, quero que você reprograme estas porras destas máquinas e faça com que, a cada 5 votos, vá treis prá Dilma e dois pro Serra.
Depois que disse isto ele parou. Pensou mais um pouco e disse:
- Caraio, não dá, tem a porra da Marina. Temo que dá uns votinho prá ela senão o povo desconfia. Tem uns verde ai que são foda. Eu acho que até o Minc vai votá na Marina. Eles são unha e carne.
- Presidente, não tem como fazer isto. Eu não vou fazer isto.
- Vai sim - disse ele - você não gosta de dinheiro?
Merda - pensei - chegamos ao ponto. O que fazer? Adoto a minha situação de então ou a de agora? Pela de hoje, a minha resposta seria uma pergunta ao presidente: Quando começamos, presidente? Pela de 40 anos atrás eu não tenho bem certeza do que faria então, optei em fazer que hoje eu faria, aceitei o convite. Disse para ele:
- OK, presidente, eu topo mas quero bastante dinheiro para em seguida, sair do país e poder viver muito bem lá fora.
- Não tem problema. 50 mihões está bão? É uma megasena. Aliás, vamo fazê você ganhá uma megasena de verdade. Falo com uns cara lá na Caixa. É só esperá acumulá e pimba. Desta manera você ganha, eu te pago, fica tudo legal e ninguém sai lesado porque alguém tem que ganhá a mega, não é verdade?
Com o meu assentimento, ele disse:
- Temos feito isto e dá certo. O difícil é achá o cara que vai ganhá. No teu caso será fácil porque o cara será você mesmo. Tudo certinho, tudo legal.
Tocou o telefone. O presidente atendeu. Ouviu um pouco e depois disse:
- Tá tudo certo. Ele vai fazê. - Ouviu mais um pouco o que o outro dizia. Depois de um tempo, disse:
- Tá tudo certo, já disse. Ele vai fazê. Não se preocupe. A partir do dia primeiro de janeiro, você vai estar sentada aqui nesta cadeira e eu vou estar na Itália.
Desligou o telefone e falou para mim:
- Quando a Dilma assumir eu vou prá Itália. A Mariza qué morá lá e me enche o saco com este troço. Pra mim, na Itália e na França só tem viado. Não sei que diacho dela insistir em morá lá. Diz que quer que os filhos vivam em um país melhor. Eu até que concordo com ela porque aqui tá foda mas, tem outros lugares melhores.
Arrisquei e disse para ele;
- Presidente, porque o senhor não vai morar em Cuba? - Ele me olhou e percebi que tentava ver algum sinal de ironia em mim. Não sei se viu alguma coisa que não gostou. O fato é que não me respondeu e voltou ao assunto da urna eletrônica.
Fez mais algumas perguntas que respondi de forma adequada. Já estávamos agora desenvolvendo o projeto ou seja, o como fazer a coisa. Expliquei que não seria necessário estabelecer a relação de 5 para 3 votos a favor da Dilma. Ele não concordou. Queria porque queria a vitória no primeiro turno e pronto. Não disse bem porque e eu também não perguntei. Acho que aprendi a concordar com tudo e como acho também que um dia, vou aprender a colocar um "né" no final de cada frase.
A partir daí o meu sonho fica confuso e o pesadelo aparece. Começa com a campainha tocando lá em casa. Agora já estou no momento atual. Vivo aqui no Brasil e não lembro se fiz ou não fiz o treco combinado. Abro a porta e dou de cara com o Wagner Moura do Tropa de Elite. Pergunto o que ele quer e ele diz que veio me prender.
- Parece - diz ele - que o senhor é o chefe da quadrilha que fraudou a urna eletrõnica. Fecho a porta na cara dele e saio correndo casa a dentro. Pulo uma janela, depois um muro e corro, corro. Ouço o Wagner gritar atrás de mim. Corro, corro. Quase sou atropelado por um carro que passa. Olho para o carro e vejo uma pessoa me olhando e sorrindo. Reconheço a pessoa, é o Lula. O carro dispara e vejo suas luzes traseiras sumirem na noite. Olho para trás e vejo a figura do Wagner correndo em minha direção. Agora ele não está sozinho, o Zé Dirceu, o Serra e a Marina correm com ele. Gritam. Querem me pegar. Corro, corro, escorrego, caio. Me pegam. O Serra está possesso. Tento escapar e o Wagner me derruba para depois me pegar pelos braços, me levantar e gritar comigo, cara na cara. Sinto o seu hálilto. Tento mais uma vez escapar, me debato. Uma luz se acende. É a minha mulher que, acordada pelos meu gritos, me acorda.
- O que houve? - pergunta ela. Putz! Que alivio! O Wagner não está mais ali. O Zé, o Serra e a Marina também não. Ufa.
Me explico, minha mulher entende e volta a dormir.
Fico pensando no caso. Ainda bem que foi um sonho mas, perfeitamente factivel.
Está certo. Eu eu não conheço a arquitetura da urna eletrônica mas, pense comigo:
E se a urna um dia for fraudada, terá como descobrir?
Será que dá para confiar em quem as programam?
Com a palavra os especialistas na matéria, eu sou incompetente.
Vamos no entanto supor que a máquina guarde a informação sobre em quem eu votei e um dia este sigilo seja quebrado, já que isto está moda, o que acontecerá?
Será que não é melhor pensar na emissão de um comprovante que detalhe o voto do eleitor? Assim, caso houvesse suspeita, bastaria convocar todos e os fazê-los apresentar o documento que votaram e fazer uma apuração correta, sem mentiras, sem nada.
Na realidade, o comprovante seria a cédula eletrônica. É claro, teria que haver por parte do Congresso, uma alteração na lei obrigando as pessoas neste caso e somente neste caso, revelar o seu voto. Isto não seria impossível e daria bastante segurança.
Veja bem, não é que não confie na informatica, confio sim afinal trabalhei a maior parte da minha vida com isso. O que não confio é no homem que programam os computadores. Eles podem ser que nem eu fui no meu pesadelo fictício, porque não? Afinal, uma megasena é uma megasena, não é verdade?
Correr do Wagner não foi fácil. Até hoje ainda sinto o traseiro dolorido do tombo que tomei.

4 Responses so far.

  1. Anônimo says:

    Em tempos de eleição e com esses personagens, esse sonho cai como uma luva, rsrsrs... Quem dera fôssemos o Conde de monte Cristo, com toda aquela fortuna, hein... Meu Deus, nunca mais iam me achar, hahahaha...
    Brincadeiras à parte, já imaginou se isso fosse real e sua mulher fosse acordada pelos seus gritos e você tivesse que contar esse episódio, com toda essa riqueza de detalhes... Tá mais parecendo um filme, rsrsrs... Se até o traseiro ficou dolorido, olha só a dimensão de realidade, hein, rs.

    Adorei o texto! Esperemos o próximo "sonho", rs. Beijos!

  2. Anônimo says:
    Este comentário foi removido pelo autor.
  3. Zergui says:

    Caro Jef.
    Há uns 15 anos trabalhei em empresa fabricante de circuitos eletrônicos de máquinas para curtume.
    Assumi como eletrotécnico, mas o propósito da empresa era me treinar para desenvolver tais circuitos, já que tinha sólidos conhecimentos em projetos de circuitos elétricos de máquinas para borracha, curtume e calçados.
    Nunca houve o treinamento e me senti um inútil, pois meus conhecimentos de eletrônica eram insuficientes, até que pedi demissão.
    No entanto lembro-me que programavam os microprocessadores (acho que eram EPROM) dentro de uma caixa de madeira (artesanal) onde existia uma lâmpada fluorescente (acho que era luz negra).
    Todas as funções da máquina (de medir couro, cabine de pintura, etc.) eram programadas em um computador 386, o monitor era de tela verde, tudo em DOS ou outro programa específico.
    Digitavam o IF - GO TO e o resto os bits 1 - 0 resolviam.
    E a máquina funcionava perfeitamente.

    A gurizada que trabalhava lá, na época, já tinha invadido o site da Nasa, dentre outras "travessuras".

    Hoje, qualquer "pentelho" faz o que quer com um PC.

    Algum bingo, mudando o foco, permite que os trouxas que lá se arriscam a jogar, vençam e saiam com bolsos cheios, com exceção dos chamados "iscas", é claro?

    Tudo programado; tudo programável.

    O seu sonho foi de uma riqueza de detalhes fenomenal. Parabéns pela rica descrição.

    O comprovante impresso, que deveria receber várias informações complementares, como horário da votação, número de série da urna, matrícula dos programadores, etc. seria uma maneira mais segura de se concretizar uma eleição idônea.

    Fora disso, estamos à mercê de qualquer ato planejado previamente, devidamente "documentado", como são as atuais "pesquisas de opinião".

    Eu agradeço por seu comentário em minha postagem. Completei o raciocínio daquela introdução com um texto que talvez seja um de meus últimos.

    Não sei o quanto o conteúdo de meu blog está chamando a atenção das "feras".

    Enquanto estiver respirando, vou publicando, mesmo sabendo que podem fazer com que eu veja a grama por suas raízes.

    Um forte abraço.

  4. Anônimo says:

    Amigo...parabéns pelo texto...que imaginação! Acredito que nem Freud conseguiria explicar esse seu sonho!
    Não conseguiria explicar pois não era brasileiro; mas brasileiros como você e eu, conseguimos sim! É que a "coisa" está tão feia por aqui, com a possível vitória da Dilmanta que, dá até para ter pesadelos!
    Agora, com relação às emissões de comprovantes, seria uma ótima opção para evitar-se as fraudes.
    E aos democratas xiitas diríamos que aqui no Brasil a Democracia já deixou de existir há um bom tempo!
    Grande abraço e mais uma vez, parabéns pela postagem!